A Câmara de Marechal Cândido Rondon, no oeste do Paraná, absolveu nesta quarta-feira (31) o vereador Adelar Neumann (DEM), que foi acusado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) de exigir parte do salário de um funcionário comissionado da prefeitura - indicado pelo vereador.
Foram seis votos a favor, quatro nulos e três contrários à cassação do mandato. Para que Adelar fosse cassado, eram necessários nove votos dos 13 vereadores.
A absolvição contrariou o relatório da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, que foi a favor da perda do cargo.
O vereador foi preso em 4 de fevereiro deste ano, em operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Marechal Cândido Rondon.
Segundo as autoridades, a prisão ocorreu logo após o vereador receber parte do salário do funcionário. Neumann foi solto em 25 de março para responder ao processo em liberdade - e pode reassumir o cargo.
Apesar da absolvição no processo disciplinar no Poder Legislativo e a manutenção do cargo de vereador, ele continua a responder pela acusação na Justiça.
Neumann sempre negou a acusação, afirmando que o dinheiro era parte do pagamento de um empréstimo. Na sessão desta quarta-feira, o advogado de defesa, Luciano Katarinhuk, enfatizou que não havia provas suficientes para sustentar a acusação e que, por isso, a votação dos vereadores deveria ser pela absolvição.
Relembre o caso
O vereador foi preso em flagrante em função de investigações envolvendo um servidor de quem é suspeito de ter exigido parte dos salários – o equivalente a pouco mais de R$ 2 mil – entre agosto de 2018 e janeiro de 2019.
De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), o outro funcionário entregou parte dos salários para Neumann entre outubro de 2017 e julho de 2018.
No total, os repasses, que incluíam parte do 13ª salário, somam cerca de R$ 37 mil.