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Caso Daniel: Veja como foi o primeiro dia de audiências na Justiça
Sete pessoas são rés no processo sobre a morte do jogador; três testemunhas sigilosas foram ouvidas nesta segunda-feira (18), em São José dos Pinhais
Por G1 | Postado em: 19/02/2019 - 08:36

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A Justiça começou, nesta segunda-feira (18), as audiências de instrução do processo sobre a morte do jogador DanielCorrea Freitas. Três testemunhas de acusação foram ouvidas na 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Ao total, foram arroladas mais de 90 testemunhas. Nesta fase, serão ouvidas as testemunhas de defesa, de acusação e, por último os réus. Após as audiências, a juíza Luciani Martins de Paula decide se os réus vão ou não à júri popular.

Sete pessoas são rés no processo: Edison Luiz Brittes Júnior, que confessou ter matado o jogador, Cristiana Rodrigues Brittes, esposa de Edison, Allana Emilly Brittes, filha do casal, além de Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Ygor King, David Willian Vollero Silva e Evellyn Brisola Perusso.

Dos sete réus no processo, seis estão presos. Evellyn Perusso é a única que está em liberdade.

A defesa de Ygor King e de David Silva chegou a pedir o adiamento das audiências, mas o pedido foi indeferido pela juíza.

 

Primeiro dia

 

As duas primeiras testemunhas prestaram depoimento por cerca de duas horas, nesta segunda-feira. O depoimento da terceira e última testemunha a ser ouvida durou aproximadamente uma hora.

Ao total, cinco testemunhas são sigilosas. Elas estavam na casa da família Brittes na data do crime.

Os advogados das testemunhas sigilosas afirmaram que elas devem contar, nas audiências, o mesmo teor de depoimento do que foi dito para a Policia Civil, durante a investigação do caso.

De acordo com a polícia, à época, as testemunhas disseram que viram o jogador Daniel ser espancado. Uma delas afirmou que Edison pegou uma faca na cozinha da casa durante a confusão.

No primeiro dia, os réus não puderam acompanhar as audiências na mesma sala, a pedido das testemunhas. Eles ficaram em uma sala ao lado e puderam ouvir o que foi dito.

As testemunhas foram ouvidas em uma sala com espaço para aproximadamente 10 pessoas.

Continuidade

 

A previsão, segundo a Justiça, é de que as audiências comecem por volta das 9h na terça-feira (19). Outras sete testemunhas de acusação e quatro informantes (familiares do jogador) devem ser ouvidos no segundo dia.

Veja, abaixo, pelo que cada um virou réu:

 

  • Edison Brittes Júnior – homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e coação no curso do processo;
  • Cristiana Brittes – homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;
  • Allana Brittes – coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;
  • Eduardo da Silva – homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
  • Ygor King – homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
  • David William da Silva – homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;
  • Evellyn Brisola Perusso – denunciação caluniosa e falso testemunho.

 

 

Familiares do jogador estiveram no fórum

A mãe do jogador Daniel, Eliana Correa, além de outros familiares, viajaram da cidade onde moram, Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, até São José dos Pinhais para acompanhar e participar das audiências.

Eliana disse, ao chegar para o primeiro dia de audiências, que está se preparando há meses para este momento, e comentou que chegou a fazer terapia para isso. Ela afirmou que quer olhar nos olhos dos réus e perguntar sobre o que aconteceu.

"Eu quero olhar na cara deles, para ver quem são essas pessoas que tiveram coragem de fazer isso com o meu filho (...) eu tenho pena deles. Pena, porque, que vida eles vão ter? A sociedade toda discrimina, então, eles não tem mais vida", afirmou.

A ex-namorada do jogador, Bruna Martins, também compareceu ao primeiro dia no fórum. Ela chegou por volta das 6h30, mas não foi ouvida nesta segunda-feira.

 

Réus

Os sete réus chegaram no começo da tarde para as audiências. Edison, Alana e cristiana chegaram praticamente juntos. Alana e cristiana estavam com os pés algemados.

Ao longo da tarde, os advogados da família Brittes não se manifestaram sobre o estado emocional deles. Optaram a tratar apenas das questões técnicas do processo.

O que dizem as defesas

Nilton Ribeiro, advogado da família de Daniel, afirmou que a juíza tem elementos suficientes para que os réus seja levados a júri popular. Ele também comentou sobre a presença da mãe do jogador no primeiro dia de audiências.

"Elas não abrem mão de dar o depoimento junto com eles, ali. Elas querem olhar no rosto deles e mostrar o que eles causaram", disse Ribeiro.

O advogado que representa a família Brittes, Claudio Dalledone, afirmou que o que houve no caso foi uma tentativa de estupro, e ressaltou que Daniel provocou a situação.

"Ele fala em áudio, ele escreve, ele fotografa ali, do lado do leito sagrado do casal. O que tem nos autos indica que ele foi violar essa mulher, e foi flagrado no início (...) as coisas se motivaram a partir disso. Quem deu causa a toda essa desgraça foi o Daniel, infelizmente, ele construiu criminosos", afirmou.

A defesa de David da Silva e Ygor King afirmou que eles confiam na Justiça e que vão continuar ajudando na elucidação dos fatos.

O advogado de Eduardo Henrique da Silva informou que pretende descaracterizar a acusação contra seu cliente.

O advogado de Evelyn Perusso disse que o inquérito apontou que ela foi testemunha dos fatos, que não teve participação no caso, e que vai ser comprovada a total inocência dela.

Relembre o caso

 

O jogador Daniel Correa foi morto depois de participar das comemorações pelo aniversário de 18 anos de Allana Brites. A festa começou em uma casa noturna, em Curitiba, e se estendeu à casa da família Brittes, em São José dos Pinhais.

Em uma entrevista exclusiva à RPC, Edison Brittes, conhecido como Juninho Riqueza, confessou o crime. Ele também afirmou ter matado o jogador, ao prestar depoimento à Polícia Civil.

A defesa de Edison afirma que Daniel tentou estuprar Cristiana, esposa de Edison, e defende que o réu matou o jogador para defender a mulher. Segundo a investigação, Daniel tirou fotos ao lado de Cristiana, no quarto do casal, antes do crime.

De acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público, não houve tentativa de estupro.

Testemunhas ouvidas na investigação afirmaram que, na manhã do crime, ouviram gritos de socorro de Daniel, e não de Cristiana, conforme afirmou Edison.

O jogador foi espancado na casa da família, e levado de carro até um matagal, onde foi mutilado e morto.

Dois dias depois do crime, a mãe de Daniel disse que recebeu um telefonema de pêsames de Edison Brittes. Na data da ligação, as investigações ainda não haviam apontado quem matou o jogador.

Ainda conforme a polícia, dias antes de Edison confessar o crime, a filha Alana escreveu para a família de Daniel, e disse que não houve briga na festa, e que Daniel se levantou na manhã do crime, se despediu e foi embora da casa.

As investigações revelaram que Cristiana, Edison e Alana tentaram coagir testemunhas. Eles se encontraram em um shopping para, segundo a polícia, combinar uma versão para o crime.

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