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Como recuperar a reputação após um #NeymarChallenge no trabalho.
Neymar virou piada por causa de quedas e exageros em campo. No trabalho, os conselhos de especialistas para o craque valem para todos profissionais.
Por Exame | Postado em: 12/07/2018 - 18:49

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O Brasil está fora da Copa, mas o nome de Neymar ainda corre entre os torcedores no mundo todo. Da pior maneira, como a piada do torneio. Se a perda do hexa foi dolorosa para o brasileiro, também selou o destino da imagem do craque.

Nas redes sociais, se propagam imagens e vídeos das quedas de Neymar durante os jogos da seleção, além de paródias em que pessoas, multidões e até bichos de estimação se jogam no chão de maneira dissimulada. A piada que leva o nome do jogador, o #NeymarChallenge, se popularizou entre internautas e marcas mesmo sem a seleção em campo.

Tudo começou no primeiro jogo da Copa, quando o comportamento do brasileiro ficou em evidência após repetidas e exageradas quedas.

Para Ilana Berenholc, estrategista em personal branding, foi nesse momento que o jogador perdeu a credibilidade. “Seu comportamento em campo o colocou à mercê dos telespectadores e de seu julgamento. Não sabemos o que passa pela sua cabeça, mas a impressão que ficou é que ele estava encenando e tentando enganar o juiz”, explica ela.

A partir de então, mesmo sofrendo faltas, Neymar se tornou o “menino que gritava lobo”, como na fábula de Esopo em que um pastor causava alarde em sua vila com vários alarmes falsos da presença do lobo, até que o animal apareceu e, ao pedir ajuda, ninguém acreditou nele.

Isso ficou evidente no jogo contra o México, quando o jogador Miguel Layún saiu impune após pisar no pé do Neymar, enquanto a dor deste é vista como teatro.

O que condenou a reputação do jogador vale para todo profissional, segundo Rafael Souto, presidente da Produtive.

“A reputação se constrói a partir do comportamento. Mesmo sendo um bom jogador, suas ações geram danos a sua imagem. Um executivo que sempre está atrasado pode não ser demitido por isso, mas fica com a reputação ruim”, diz ele.

Para a estrategista em personal branding, comportamento pode ser o motivo de estagnação de várias carreiras. “Principalmente quando falamos de grandes talentos em empresas, acredita-se que as capacidade técnicas são suficientes e os aspectos comportamentais ficam de lado. No entanto, no trabalho nos relacionamos com pessoas, não com talentos”, diz ela.

Souto coloca a reputação como o pilar da carreira. Segundo o executivo, até pouco tempo, apenas o resultado era considerado para avaliar um funcionário. Hoje, é preciso estar atento à reputação, pois essa é essencial na estratégia de carreira. “Jogar bem é importante, mas a sua imagem profissional também é”, diz.

Ousadia e alegria? Não, humildade e paciência

Os especialistas acreditam que ainda há esperanças para o jogador. Mas, para recuperar sua reputação, ele vai precisar de dedicação.

O primeiro passo é entender onde está errando. Depois, mudar sua atitude e, por fim, deixar o tempo fazer seu trabalho. Uma mudança de imagem não acontece do dia para a noite, nem se a pessoa persistir no erro.

Não é simples também. Uma vez marcado por um estereótipo, o profissional precisa manter um comportamento consistente com a mudança que quer promover. Um deslize pode refrescar a memória para os erros passados.

Segundo Ilana Berenholc, o estresse e a pressão no trabalho podem trazer à tona comportamentos negativos, que são reações automáticas a estímulos do ambiente.

“A pessoa precisa entender qual sua reação e o que a desencadeia para poder administrá-la. Dependendo de cada caso, isso pode ser mais fácil ou mais trabalhoso. Como um executivo explosivo e agressivo ou um funcionário que se omite diante de pressão. Algumas pessoas ficam nervosas e seu escape é fazer uma piada”, conta ela.

Ao identificar o comportamento que prejudica sua imagem, é hora de mudá-lo. “Muita gente se recusa a mudar. A soberba e a arrogância são inimigas de qualquer mudança de imagem”, fala Souto. “Se o profissional se comunicava de forma agressiva por anos, ele precisa dar um tempo para que seu colegas reconheçam que mudou”, diz.

Para ele, reconhecer o erro pode ser um processo interno, que requer humildade, e depois deve ser refletido em suas ações. É preciso paciência também. Em seis meses ou um ano, as mudanças começarão a ter efeito.

Para reverter a imagem negativa, a estrategista defende que a conduta do profissional deva ser impecável. “A pessoa deverá ser extremamente consistente, leva muito tempo e uma escorregada pode comprometer sua nova imagem.”, diz.

Em 4 anos entre uma Copa e outra, ela acredita que o craque brasileiro terá chance de se redimir. Seja pela duração curta das piadas na internet ou pela performance do jogador nos campeonatos europeus. “Mesmo que fique na memória da torcida, se suas ações refletirem uma mudança, ele será reconhecido como um novo Neymar”.

 
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