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Garçom brigou com PM semanas antes de morrer, diz chefe de homem morto com guarda-chuva
Por G1 | Postado em: 21/09/2018 - 08:57

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Três semanas antes de ser morto com três tiros disparados por um PM no Chapéu Mangueira, na Zona Sul do Rio, Rodrigo Serrano, de 26 anos, deixou seus colegas de trabalho apreensivos. Sem dar explicações, o garçom não foi ao serviço por dois dias seguidos no Delirium Tap House, onde trabalhava, em Ipanema. Quando voltou ao batente, explicou, após insistência do chefe, o que havia acontecido: ele havia se envolvido numa briga com um PM na favela.

— Ele contou que um tiro atingiu um vidro da casa dele. E ficou indignado porque tinha dois filhos pequenos, e foi tomar satisfação com um policial. Segundo ele disse, o caso terminou em briga e ele acabou empurrando o PM — contou ao EXTRA o chefe de cozinha argentino César Salas, responsável pela contratação de Rodrigo, em junho deste ano.

Foi o chefe, inclusive, quem deu a Rodrigo R$ 180 para trocar o vidro estilhaçado pelo tiro. Apesar do pouco tempo que passaram trabalhando juntos, Salas e Rodrigo acabaram se tornando mais do que colegas de trabalho. O “negón”, como Salas chamava o garçom, virou seu homem de confiança após dizer para o chefe durante a entrevista de emprego: “Não vou te decepcionar”.

Rodrigo cumpria liberdade condicional quando foi contratado. Ele foi condenado a sete anos de prisão por roubo e saiu da cadeia em 2016. Desde então, não conseguia emprego com carteira assinada.

— Virou uma relação de parceria. Ele fazia de tudo no restaurante, tinha um sorriso que cativava todo mundo. Estava muito feliz, sendo reinserido na sociedade. Falava que estava ansioso pelo aniversário do filho. É muito doloroso lembrar que ele não está mais aqui — conta Salas.

Antes de ser morto, na segunda-feira, Rodrigo cumpriu sua jornada de trabalho das 9h às 17h. Saiu do restaurante com adiantamento de R$ 50 para fazer compras. Foi morto quando voltava do mercado para casa.

Rodrigo foi morto por PMs da UPP Babilônia/Chapéu Mangueira na noite da segunda-feira. Os nove agentes que participaram da ação afirmaram que “foram recebidos com disparos de arma de fogo na localidade conhecida como Bar do Davi na comunidade do Chapéu Mangueira” e um dos agentes teria revidado. Uma testemunha ocular, que prestou depoimento ao Ministério Público, contestou a versão dos PMs: segundo ele, não houve confronto entre traficantes e policiais no local, apenas uma rajada de tiros foi disparada por um dos policiais em direção à vítima. Outros moradores afirmam que os PMs teriam confundido o guarda-chuva que o garçom carregava com um fuzil.

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