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Sargento Fahur vai de ‘hit’ na internet a deputado federal mais votado do Paraná
Por Bem Paraná | Postado em: 09/10/2018 - 07:34

Candidato mais votado para a Câmara Federal no Paraná, o sargento aposentado da Polícia Miliar (PM) Gilson Cardoso Fahur, de 54 anos, o Sargento Fahur (PSD), ficou conhecido depois de aparecer em vídeos virais na internet em que faz críticas a bandidos e o perfil “policial linha dura”. Com 314,9 mil votos, Fahur chegou perto do político paranaense recordista em votos Ratinho Junior, que fez 358,9 mil votos para a Câmara em 2010. Com atuação em Maringá, ele virou hit da internet com frases como “quer fumar essa porcaria, vai fumar no inferno”, “depois que ‘enfinco’ a mão na cara de um vagabundo desse eu respondo processo” e “pra mim foi até bom que ele fugiu porque senão eu ia quebrar a cara dele e ia dar problema para mim”. As frases, na maioria, foram ditas em entrevistas às redes de TV locais.
Embora o autêntico policial militar não se arrependa do que diz, admite que vê com preocupação a votação expressiva que teve. “Uma certa preocupação em relação a essa votação, porque um policial militar, um tanto quanto radical, bastante incisivo contra a criminalidade, recebe uma expressiva votação como candidato a deputado mostra que as pessoas não estão se sentindo seguras, que querem algo mais na segurança pública”, diz.
Fahur é nascido em Londrina (região Norte), tem sotaque do interior, fala “pobrema”, e não deixa pergunta sem resposta. Ele atribui sua popularidade ao fato de dizer o que as pessoas pensam e ao sentimento que têm contra a criminalidade. “Quero ser bem enfático em endurecer a vida de criminosos”, diz.
Campanha - A campanha de Fahur não utilizou recursos do fundo eleitoral, custou R$ 221 mil, sendo que R$ 150 mil foram repassados pelo diretório nacional do PSD, fruto de doações, e R$ 60 mil do próprio bolso, de acordo com a declaração ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O maior dos repasses do partido, de R$ 100 mil, veio do empresário José Carlos Valente Pontes, dono do Grupo Marquise, do setor de construção civil, imobiliário e de serviços. Outra doação foi de Luiz Alberto Basseto, de R$ 50 mil diretamente para a campanha. “A nível de deputado federal foi uma campanha relativamente enxuta, gastei pouco mais de R$ 210 mil, não usei dinheiro público na campanha, foram feitas doações privadas, direcionadas principalmente pelo partido. Fiz questão de não usar dinheiro público, porque acredito que ele tenha outras finalidades, como educação, saúde e segurança pública”, diz.
Articulação - Como filiado ao PSD, o puxador de votos ajudou a eleger outros três correligionários. Fahur conta que a filiação faz parte de uma estratégia do deputado Fernando Francischini, do PSL. “Não consegui filiação no PSL, porque na época, estrategicamente, o deputado federal Francischini, hoje eleito deputado estadual, ele achou difícil e até inviável a minha chegada naquele partido. Falou: ‘sargento, nós temos que fazer 400 mil votos para eleger os dois. Fica difícil, um de nós dois pode ficar fora. Como eu vi, ele sendo presidente do partido (na verdade é a esposa dele, Flávia Francischini), ele não estava, assim, muito receptivo com a minha presença, eu procurei outros caminhos. Conversei com o deputado Bolsonaro, não quis incomodar num primeiro momento, mas acabou que vazou essa informação, ele me ligou dizendo que estaria a disposição e eu falei ‘não, eu já me encaixei no PSD, já assinei a ficha, dei minha palavra de honra para o Ratinho Junior e vou disputar pelo PSD’. A única exigência que fiz para o Ratinho foi apoiar o Bolsonaro e eu apoiei e vou apoiar agora no segundo turno”, conta.

Foco de mandato será ‘desengavetar’ projetos sobre segurança

Como deputado federal, Fahur afirma que pretende resgatar projetos que considera bons, mas que não tramitaram na Câmara. A atuação dele, claro, deve ser voltada à segurança. “Quero usar da minha força, de um deputado bem votado, quero usar das minhas redes sociais, tenho mais de quatro milhões de seguidores para pressionar de forma positiva a Câmara Federal para que coloque projetos bons, que estão tramitando há anos lá, em pauta, coloquem para ser votado. Também alguma ideias. Por exemplo: eu penso que o criminoso que comete crime usando arma invadindo a casa da vítima, comete crime dentro da casa da vítima, esse crime quero transformar em hediondo. Porque ele (preso) perderia benefícios, ficaria preso no sentido exato da palavra. Não teria benefícios, cumprindo em liberdade, dois terços e não sei o que lá que acaba dando em nada”.
Direito adquirido - Caso Jair Bolsonaro perca a eleição para Fernando Haddad, do PT, no segundo turno, Sargento Fahur disse que pode votar com o governo, mesmo começando na oposição. “A única promessa que eu fiz durante a campanha é de não votar contra direitos adquiridos de trabalhador. Isso de uma maneira ampla, com certeza. Pretendo não votar para tirar direitos de trabalhador, direitos adquiridos e já conquistados a duras penas. Nesse sentido vou tentar levar o meu mandato”, disse. “Claro que se Jair Bolsonaro não se eleger em um primeiro momento eu serei oposição. Nada impede que eu esteja ao lado do governo caso sejam projetos benéficos para o cidadão de bem pagador de impostos”, garante.

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